A pandemia do coronavírus impôs profundas mudanças em escala planetária. Sejam elas no campo pessoal, social, econômico, político ou religioso. Para a Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI), organização civil sem fins lucrativos, também não foi diferente. Projetos e parcerias estão sendo adaptados à nova realidade imposta, mas sem jamais faltar criatividade, empatia, solidariedade e fraternidade.

Gestor geral da Fraternidade – Humanitária (FFHI) fala sobre o impacto da pandemia nas ações da instituição

Frei Luciano, gestor geral da Fraternidade – Humanitária (FFHI)

Com a chegada do mês de julho, um novo semestre inicia com novos desafios. Frei Luciano, gestor geral da Fraternidade – Humanitária (FFHI), avalia o impacto da pandemia nas ações da instituição e projeta novas estratégias para este semestre que inicia agora.  De acordo com o gestor, “ao final do mês de fevereiro, com o início da pandemia, percebemos que a maioria das estratégias teriam que ser revistas e adaptadas para um cenário que ainda permanece bastante incerto”. Frei Luciano nos fala sobre essas ações:

Missão Roraima

Interiorização

Estávamos concentrados em aperfeiçoar a interação com outros estados do Brasil para favorecermos uma nova possibilidade de vida aos refugiados indígenas e não indígenas que estão nos abrigos sob  gestão da Fraternidade – Humanitária (FFHI). Em função da pandemia, tivemos que reduzir o número de processos de interiorização por questões sanitárias e de restrição de voos. Enquanto isso, estamos ajustando o planejamento com o ACNUR e a Operação Acolhida para que seja retomada gradualmente a essência de algumas propostas humanitárias que caracterizam a nossa ação diante do cenário em Roraima.

Contenção da pandemia nos abrigos

Estamos em uma etapa de contenção da pandemia dentro dos abrigos de Roraima e no Alojamento de Trânsito de Manaus (ATM), e consideramos que esteja praticamente controlada, porém, a situação ainda é incerta por causa da realidade enfrentada nas próprias cidades onde os abrigos estão localizados.

Missão Colômbia

Missão Colômbia tem suas ações focadas principalmente na educação, mas foi momentaneamente interrompida por questões sanitárias e de visto, e estamos aguardando que a situação se estabilize para que possamos concretizar as ações planejadas, como exemplo: um projeto no campo da Pedagogia da Emergência em parceria com o Instituto Mahle; o Seminário Internacional de Educação em Situação de Emergência e Resposta Humanitária, que estava previsto para acontecer na Colômbia no mês de maio, mas que teve que ser adiado para o início de 2021, a depender da situação da pandemia. Provavelmente façamos um Webinar introdutório ao Seminário, neste segundo semestre, mas com data a ser confirmada. Diversas agências internacionais, universidades e integrantes do Grupo Interagencial de Fluxos Migratórios Mistos (GIFMM), do qual a Fraternidade – Missões Humanitárias Internacionais (FMHI) [filiada que atua na Colômbia] faz parte, estão em alinhamento conosco para a realização deste Seminário.

Enquanto a situação não se define, os missionários da Fraternidade – Missões (FMHI) estão participando de uma capacitação em Pedagogia da Emergência para receber a certificação e, desta forma, poder exercer uma melhor atuação nesse campo.

África

Existe um trabalho missionário sendo realizado em Angola, via internet, com a Casa de Santa Isabel, que busca a interação para melhorar as condições de vida da comunidade, sobretudo, de crianças e jovens. Desta forma, conseguimos antecipar nossas ações nesse país, até que possamos chegar fisicamente, através de nossos missionários. Paralelamente vamos preparando a documentação necessária para que a Fraternidade – Missões (FMHI) possa atuar no país.

Retomada de algumas missões

Atuamos até 2018 na Grécia, com algumas incursões esporádicas na Turquia, para atender refugiados sírios, e estamos aguardando as condições para que a missão possa ser retomada. O mesmo ocorre com a Missão Brumadinho, através da qual esperamos retornar com os atendimentos psicológicos e psiquiátricos às famílias vítimas do rompimento da Barragem da Vale do Rio Doce.

Gestor geral da Fraternidade – Humanitária (FFHI) fala sobre o impacto da pandemia nas ações da instituição

Missionários da Missão Brumadinho visitam vítimas do rompimento da Barragem

Manual Esfera

Como a Fraternidade – Humanitária (FFHI) tornou-se um ponto focal do Manual Esfera no Brasil, estamos finalizando, primeiramente, a sua tradução para o português e também já estamos articulando para sermos capacitadores/instrutores e podermos iniciar a proposição de parcerias com prefeituras e instituições de diversas cidades do Brasil, nas quais temos grupos e núcleos, e com Senai, Fiesp, Escola de Magistrados do TRF3-SP.

Através destas parcerias, poderemos ampliar a difusão do Manual Esfera e torná-lo mais conhecido no Brasil, pois ele não é o tipo de material que tenha sido necessário ser utilizado [até o momento], porque é a primeira vez que temos uma missão humanitária no país como a que acolhe venezuelanos em Roraima.

Gestor geral da Fraternidade – Humanitária (FFHI) fala sobre o impacto da pandemia nas ações da instituição

Manual Esfera em processo de tradução para o português

Gestão de Projetos

Estamos estudando Gestão de Projetos para que possamos ter mais ferramentas profissionais para consolidarmos a atuação internacional da Fraternidade – Humanitária (FFHI), por meio da filiada Fraternidade – Missões (FMHI), nos seus diversos campos: seja na Pedagogia da Emergência, psicologia e psiquiatria, aplicação do Manual Esfera na gestão de abrigos, socorristas em ações de emergência. Desta forma vamos traçando nossos passos futuros de atuação e nos capacitando para os trabalhos que serão realizados em 2021.

*Obs.: Com exceção da fotografia que retrata a produção de máscaras, todas as demais foram feitas no período anterior à pandemia