Depoimentos tocantes e inspirados de jovens dão o tom dos impulsos internos propiciados pela Academia Espiritual de Instrução em Figueira.

Luz é compreensão, compreensão elevada” (Trigueirinho)

Por Paulo Castro*

A instrução acadêmica dita o ritmo da civilização na vida comum da superfície da Terra. Enquanto a instrução espiritual autêntica, transformadora e imprescindível fica relegada a louváveis centros de exceção neste atual nível de desenvolvimento da humanidade, as cátedras universitárias ainda se mostram infensas à verdadeira educação.

À falta de universidades inspiradas pelas diretrizes da evolução superior, são as “academias da luz” (os louváveis centros de exceção) que propiciam o tom melódico que pode afinar a frequência planetária para escalas mais sutis, em harmonia com a sinfonia que emana de planos elevados de consciência.

Academia de InstruçãoUm desses centros de afinado saber com os princípios que regem a Vida atende pelo nome de Academia Espiritual de Instrução, cátedra de excelência fundada em Aurora (Paysandú, Uruguai) em 2013, mas que – no início deste ano de 2019 (entre os dias 25, 26 e 27 de janeiro) – abriu-se na Comunidade-Luz de Figueira, em Carmo da Cachoeira (MG), para jovens que atuam na Campanha da Juventude pela Paz no Brasil e em outros países.

O intuito do evento, que foi ministrado por Madre María Shimani de Montserrat e contou com representantes jovens e membros da Rede-Luz de 7 estados brasileiros e 11 países, foi propiciar o aprofundamento desses jovens em ensinamentos filosófico-espirituais necessários ao advento da Nova Humanidade em futuro próximo.

Entrevista

Ao fim do encontro, no dia 27/01, Frei Sebastian, monge da Ordem Graça Misericórdia (OGM), entrevistou vários jovens e colheu depoimentos tocantes e tocados pelo espírito crístico que reinou durante todo o evento. Um desses jovens é Guilherme Gontijo, integrante do grupo da Campanha da Juventude pela Paz de Belo Horizonte (MG). Para ele, o encontro foi “uma jornada de autoconhecimento, uma oportunidade de entrar em contato com uma instrução segura, de níveis de consciência que a gente, na nossa vida diária, muitas vezes fica um pouco distante”.

Segundo Guilherme, a Academia Espiritual de Instrução propicia aos jovens “entrar em contato com esta dimensão, com esta amplitude da vida cósmica, saber que a gente faz parte de processos e de movimentos que dizem respeito ao Universo e tentar vivenciar de alguma forma essa vida, os valores dessa vida, a lei que rege essa vida”, afirmou. Para o jovem espiritualista mineiro, “nesse sentido, o conhecimento pode ser libertador: a gente entrar em contato com a Verdade ou com aspectos da Verdade, como diz a própria Bíblia, pode ser uma libertação de processos com que a gente está lidando diariamente”, declarou.

Influenciar positivamente

Ao ser indagado, por Frei Sebastian, como é que o evento poderia influenciar positivamente o trabalho de seu grupo, Guilherme respondeu que “a Campanha da Juventude está dentro da Campanha pela Paz, que, por sua vez, está dentro da Obra como um todo. Então, ter em conta que aquilo que a gente faz dentro desse projeto é um canal da Hierarquia nos dá a dimensão de que pequenas ações e de que qualquer movimento que a gente faça para tentar concretizar a Lei Maior neste plano valem a pena”, garantiu.

Academia de InstruçaoEm seguida, disse que “é levar para as nossas atividades [a certeza de] que existe toda uma corrente, todo um Plano, toda uma dimensão que está por trás daquela ação que a gente está fazendo, às vezes, lá em um canil, em uma favela, em uma missão ou em uma simples oração. A gente consegue valorizar essa ação dentro de todo um plano, de toda uma dimensão muito maior”, frisou.

Para o jovem mineiro, “Figueira, o Centro Planetário de Mirna Jad, como um centro de instrução para toda a Obra, também alimenta a consciência da juventude. Eu falo do Centro Planetário porque Figueira tem uma semente monástica, princípios monásticos muito fortes desde o seu início. E, como a gente sabe, a consciência monástica é um princípio que vai se manifestar com mais força [no futuro]. Então, eu acho que é importante, é enriquecedora essa presença do monastério, da vida consagrada dentro desse ambiente de instrução. Acho que enriquece e fortalece algumas bases internas do próprio ser, da própria trajetória do ser”, finalizou.

A vivência do amor interno

Integrante do grupo jovem de Florianópolis (SC), Júlia Farias ressaltou que “o que mais me tocou até agora foi a necessidade do serviço, a necessidade de servir e, por meio desse serviço, a gente aprender a amar, a amar igualmente a todos, a todos os Reinos”.

Quando Frei Sebastian perguntou a ela o que a Academia lhe agregou de conhecimento e de vivência em sua concepção sobre o amor e na busca de poder vivê-lo, Júlia – que é nutricionista e redige, em seu grupo, textos sobre alimentação consciente – afirmou que “a Academia despertou algo que internamente a gente sempre pode entregar mais do que aquilo que está entregando e tudo pelo qual a gente passou até agora mexeu bastante na região cardíaca”.

Mas, para ela, por que o serviço é o caminho? “Porque ele é a nossa missão. A gente veio para servir. Este planeta é o planeta-escola do amor e, por meio do serviço, a gente encontra o amor”, afirmou a jovem nutricionista catarinense.

Grandiosidade da Instrução

Por sua vez, o jovem Caio Azevedo, que já ajudou seu grupo, no Rio de Janeiro (RJ), a organizar Festivais da Juventude pela Paz, garantiu que, “sem dúvida, só de você perceber de uma forma mais ampla tudo o que lhe cerca, de você ter esta clareza que foi trazida neste encontro, faz você estar em outra postura em relação a qualquer coisa, em relação à sua vida normal, que passa a ser vista de um ponto de vista tão pequeno diante da grandiosidade que a gente pode ter acesso aqui de informação”.

Encontro com a nossa filiação divina

Bárbara Venturoso, única jovem da Rede-Luz DF, responsável pela criação de um grupo jovem em Brasília, assegurou que “este evento agora é extremamente importante e fortalece isso que está acontecendo lá em Brasília, que tem um núcleo que acabou de surgir [Núcleo-Luz dos Sagrados Reinos], para chamar mesmo esses jovens para continuarem a tarefa comigo e com todos os que estão lá.

Academia de Instrução - FigueiraPara ela, “é muito importante vir me fortalecer aqui com essa energia, com esses outros jovens, pessoas que estão em sintonia com aquilo que eu sinto, que eu acredito. O aprendizado é sensacional! Este é um encontro com a nossa filiação divina e não é só um encontro de sentimento, mas também de muito conhecimento”.

Mensagem final do encontro

Como síntese do encontro, os jovens deixaram várias mensagens. Júlia declarou que, graças ao serviço evolutivo, “a gente consegue alcançar os sentimentos mais genuínos, como o amor, a fraternidade, a unidade”. Caio ressaltou a importância de que os jovens pudessem “despertar para o bem, para as coisas simples da vida, para olhar mais para os reinos da natureza e, claro, servi-los”, pois “no rebuscamento da vida não está muito a solução para encontrar a paz”. Por fim, Bárbara concluiu que o evento possibilitou “essa lembrança de que não estamos sozinhos e que devemos caminhar juntos”.

 

* Paulo Castro é membro da Rede-Luz DF e colaborador de Figueira desde 2003. É jornalista, publisher e editor-chefe da revista Por Um Mundo Melhor, que – em sua 5ª edição (2018) – apresentou, como matéria de capa, a louvável trajetória das missões humanitárias da Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI) (PDF da citada edição, na íntegra, disponível em: https://issuu.com/gledson4/docs/pmm_ag_18). Ele costuma sintetizar seu acolhimento por Mirna Jad com poucas palavras: “Trigueirinho era e sempre vai ser um pai para mim. Como o próprio José registrou em um de seus livros: ‘Nem mesmo mil palavras sábias poderiam expressar a gratidão de uma consciência que foi erguida da escuridão à Luz’. Saudades, Mestre”.