“Diversidade cultural e migração” foi o tema-guia da edição desse ano do projeto Grafita Roraima, que aconteceu entre os dias 14 e 17 de novembro, no abrigo de refugiados indígenas venezuelanos em Pintolândia, realizado pela Universidade Federal de Roraima (UFRR) com apoio da Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI).

Os adolescentes que escolheram participar da oficina tiveram a oportunidade de conhecer a técnica de grafitagem, entender sobre economia de material e vivenciar as etapas práticas do processo.

Eles escolheram o desenho e cada um contribuiu com sua forma particular, tanto na expressão das ideias como na própria mão de obra, ao pintarem um painel representando sua cultura.

O compromisso e a vontade de participar ficaram marcados pelo interesse em continuarem o processo, após um dia de forte chuva que interrompeu a atividade.

O trabalho em equipe, a tranquilidade e a interação com os artistas que deram a oficina ditaram um ritmo positivo à atividade, que encerrou com cada um deles assinando o próprio nome, indicando protagonismo e satisfação.

Este é o sexto ano do projeto Grafita Roraima, que tem como coordenadora geral Leila Adriana Baptaglin, professora do curso Licenciatura de Artes Visuais, da UFRR.

Leila conta que o projeto surgiu devido à diversidade cultural em Roraima, especialmente nos últimos anos, devido à crescente migração, “como uma proposta de integração à comunidade, além da proposta pedagógica de ensino do que é arte urbana e como ela pode estar articulada a uma atividade de trabalho de criatividade e desenvolvimento pessoal”, explica.

Ela também comenta que o suporte da Fraternidade Internacional (FFHI) foi extremamente importante, não só com o apoio do material, mas principalmente com a organização e acompanhamento em todo o processo.

Quanto ao trabalho com os indígenas, Leila observa que “quando fazemos esse tipo de ação, aprendemos muito mais do que ensinamos, e esse momento foi de troca de experiências e de aprendizados” ; e finaliza contando sobre o questionamento dos jovens sobre novas atividades, o que comprova o efeito positivo e o interesse deles com a arte urbana, o que pode sinalizar uma semente para futuras ações.