Oportunidade para migrantes e refugiados venezuelanos terem seu nível de escolaridade certificado no Brasil

Do dia 18 ao dia 22 de janeiro, o Setor de Meios de Vida e o Setor de Educação da Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI) organizaram uma força tarefa para dar suporte aos migrantes e refugiados na realização de suas inscrições no Encceja. Foram contemplados todos os beneficiários interessados nos três abrigos indígenas sob sua gestão em Roraima.

inscrições no Encceja

O Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) é realizado pelo Ministério da Educação de forma gratuita e tem como objetivo aferir competências, habilidades e saberes a jovens e adultos que não concluíram o Ensino Fundamental ou Ensino Médio na idade adequada. No caso dos migrantes e refugiados venezuelanos, é também uma oportunidade de terem o nível de escolaridade alcançado em seu país de origem certificado no Brasil.

A iniciativa é parte do esforço que vem empreendendo a Fraternidade – Humanitária (FFHI) na busca de soluções duradouras para a complexa situação dos migrantes e refugiados de origem indígena, devido às suas especificidades culturais. Segundo Jemima Bessa, coordenadora de Meios de Vida, este exame é importante “por uma questão de reconhecimento: eles terem um documento oficial de escolaridade traria já novas possibilidades para inserção no mercado de trabalho”. Ela ainda assinala que aqueles que alcançarem a certificação de conclusão do Ensino Médio “estarão habilitados para prestar vestibular em universidades públicas ou privadas, e também poderão se inscrever no sistema de cotas para indígena”.

Outro aspecto interessante que pode proporcionar o exame é apresentado por Célia, indígena da etnia Warao de 43 anos, beneficiária do abrigo Pintolândia, que busca a equivalência para o Ensino Fundamental: “Quero estudar, seguir adiante, completar o Ensino Médio”; e explica: “Tenho dois filhos pequenos e quero dar exemplo para eles, pois o mais importante é que eles estudem; e também é importante aprender português, pois falando bem português e estudando podemos conseguir trabalho”.

Os números alcançados pelo mutirão das inscrições evidenciam o interesse da população abrigada em dar passos no enriquecimento de seus currículos: 25 inscritos no abrigo Janokoida, em Pacaraima; 29 inscritos no abrigo Jardim Floresta, em Boa Vista; e 59 inscritos no abrigo Pintolândia, também em Boa Vista. O exame acontecerá no mês de abril. Até lá os Setores de Educação e de Meios de Vida planejam disponibilizar apostilas para estudo, provas dos anos anteriores para simulação e também realizar uma oficina de redação, para que os interessados possam aproveitar os dois meses restantes para se prepararem para a prova.

inscrições no Encceja