Exposição “Ojidu - Árvore da Vida Warao”

Peças da Exposição “Ojidu – Árvore da Vida Warao”

A beleza e delicadeza da qualidade das peças presentes na exposição causaram admiração e sensibilizaram visitantes como Adelia Borges ( pesquisadora de arte popular, design, artesanato) e Liana Bloise (designer).

“Ojidu – Árvore da Vida Warao” apresenta o trabalho das artesãs indígenas venezuelanas, refugiadas no Brasil, trazendo peças feitas em fibra de buriti, cuja árvore amazônica é matéria prima essencial na vida dessa etnia.

“Na abertura da exposição, as artesãs expressaram sua felicidade e realização por estarem em um museu, em São Paulo, e levando o trabalho delas a representar um grupo de artesãs que vive no abrigo” relata a Irmã Maria Auxiliadora, Monja Missionária da Fraternidade Internacional FFHI, que acompanha todo o processo.

Elas guiaram uma oficina que aconteceu no dia 8 de novembro, onde estavam mais de 15 pessoas e as vagas foram esgotadas na véspera. Pôde-se acompanhar o interesse das pessoas enquanto elas compartilhavam seus saberes de forma simples e amorosa.

Essas mulheres saíram das ruas e acreditaram na possibilidade, lutando e conquistando esse espaço_ desde a implementação de um ritmo de trabalho no abrigo, até a construção de uma identidade de grupo, batizada por elas de “Nona Anonamo”, que significa ‘Mulheres que Tecem’, ou ‘Mulheres Artesãs’” conta a Irmã Maria Auxiliadora.

O eixo principal que sustenta todo esse processo é o trabalho em união entre elas, que se apoia em três pilares:

  • A preservação do patrimônio cultural do artesanato, nesse contexto de crise migratória;
  • A construção de um meio de vida a partir da sabedoria ancestral que elas trazem;
  • Os valores e princípios que a Fraternidade Internacional – FFHI semeia no processo do fazer, no cotidiano com as pessoas. Valores estes que envolvem o reconhecimento do potencial do ser humano, sem colocar o foco na fragilidade que se apresenta em uma crise humanitária, e sim na reconstrução da vida.

Todo o trabalho trazido à exposição, junto a oportunidades que estão se abrindo pra elas a partir da parceria que o ACNUR trouxe com o Museu A Casa do Objeto Brasileiro, é resultado de uma longa e profunda construção na convivência dessas mulheres, no dia a dia, desde o início desse processo com a Fraternidade – Federação Humanitária Internacional FFHI, quando o abrigo indígena Pintolândia começou, em 2016, em Boa Vista (RR).

A intenção nesse trabalho é que, com o tempo, elas sejam 100% autossuficientes, tanto na gestão do empreendimento coletivo, na organização, produção e provisão da matéria prima, que hoje é provida em sua maior parte pela Fraternidade Internacional FFHI e ACNUR . Assim, elas poderão construir parcerias de comercialização mais estáveis e gerar uma nova condição de vida para elas.

Venha Visitar a Exposição: Ojidu – Árvore da Vida Warao

* Abertura: 07 de novembro, de 19h às 22h
* Visitação: de 08 de novembro a 20 de dezembro
* Endereço: CASA – Museu do Objeto Brasileiro – Av. Pedroso de Morais, 1216, Pinheiros, SP
Toda a arrecadação da venda dos produtos será revertida para as artesãs e administrada por elas.

REALIZAÇÃO: Museu A Casa do Objeto Brasileiro, ACNUR, UNFPA, Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI)