A arte ancestral de indígenas venezuelanas da etnia Warao feita com fibra de buriti chega a São Paulo por meio da exposição “Ojidu – Árvore da Vida Warao”, em cartaz no Museu A Casa do Objeto Brasileiro com abertura no dia 7 de novembro e visitação até 20 de dezembro.

Cestos, vasos, cachepots, chapéus, bolsas, souplasts, bandejas e outros objetos de tradição da cultura Warao compõem a mostra, que promove a autossuficiência desta etnia refugiada no Brasil. As peças estarão à venda, e o dinheiro arrecadado será totalmente revertido e administrado pelas artesãs.

Duas das artesãs do abrigo de Pintolândia, Boa vista (RR) estarão presentes em uma roda de conversas, das 15h às 17h, no local da exposição, contando como aprendem a manipular a fibra do buriti a partir de ensinamentos que atravessam gerações.

A produção das peças nestes formatos tiveram a orientação do designer Sérgio J.Matos. “O projeto foi uma iniciativa da Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI), abraçado pelo ACNUR e integrado às frentes de refúgio indígena da Operação Acolhida“, diz o designer.

As artesãs Warao vivem o desafio em fazer peças novas e bem diferentes das de sua cultura, por serem produtos direcionados ao mercado de alta decoração“, finaliza.

O projeto teve início no abrigo indígena Pintolândia, mantido pela Operação Acolhida – ação de resposta ao fluxo de refugiados e migrantes venezuelanos no Norte do Brasil, liderada pelo governo federal em Roraima, com o apoio de agências das Nações Unidas e entidades da sociedade civil.

Na exposição, também será possível conhecer peças do artesanato tradicional, para que as pessoas conheçam a origem desse trabalho.

Venha Visitar a Exposição: Ojidu – Árvore da Vida Warao

* Abertura: 07 de novembro, de 19h às 22h
* Visitação: de 08 de novembro a 20 de dezembro
* Bate-papo e workshop com artesãs Warao: 08 de novembro, das 15hs às 17hs
* Endereço: CASA – Museu do Objeto Brasileiro – Av. Pedroso de Morais, 1216, Pinheiros, SP

REALIZAÇÃO: Museu A Casa do Objeto Brasileiro, ACNUR, UNFPA, Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI)

Saiba mais:

Sobre a Operação Acolhida – Criada em fevereiro de 2018 pelo Governo Federal, a Operação Acolhida tem o apoio de agências da ONU (inclusive ACNUR e UNFPA) e organizações da sociedade civil (como a Fraternidade FHI). A iniciativa operacionaliza a assistência emergencial para o acolhimento de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela em situação de maior vulnerabilidade. A resposta é dividida em três eixos principais: ordenamento de fronteira, abrigamento e interiorização.

Sobre o ACNUR– Criado em 1950 por resolução da Assembleia Geral da ONU, o ACNUR protege e ajuda refugiados e populações apátridas em todo o mundo. Por seu trabalho humanitário, recebeu duas vezes o Prêmio Nobel da Paz (1954 e 1981). Atualmente, a agência conta com quase 12 mil funcionários e está presente em cerca de 130 países. No Brasil, o ACNUR atua em cooperação com o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) e em coordenação com os governos federal, estaduais e municipais, a sociedade civil e o setor privado.

Sobre o UNFPA– O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) é a agência da ONU que trata de questões populacionais. No contexto de assistência humanitária, o Fundo de População da ONU promove a saúde sexual e reprodutiva, incluindo saúde materna e planejamento reprodutivo, e oferecendo resposta e prevenção à violência baseada em gênero.

Sobre a Fraternidade FHI – Fundada em 1987 e sediada em Carmo da Cachoeira (MG), a Fraternidade é uma rede global de caráter filosófico, cultural, humanitário, ambiental e beneficente. Ao longo de 32 anos de existência, mais de 60 mil voluntários já aderiram aos esforços da Fraternidade FHI pela propagação da paz. A entidade congrega 23 associações civis, nacionais e internacionais, com grupos coligados que atuam em 18 países. Entre suas principais atividades estão missões humanitárias em situações críticas em diversas regiões do mundo, já realizadas em países como Uruguai, Etiópia, Turquia, Quênia, Congo e Nepal, além de missões no sertão brasileiro e em Mariana e Brumadinho, após o rompimento de barragens com rejeitos de mineração. As principais missões em andamento ocorrem em Roraima desde 2016, e na Colômbia desde setembro de 2018, ambas em apoio a centenas de refugiados que chegam diariamente da Venezuela. As missões são realizadas pela Fraternidade –  Missões Humanitárias Internacionais (FMHI), divisão da Fraternidade FHI . De ação independente e neutra, a Fraternidade FHI atua sem vínculos políticos ou econômicos e é não sectária, acolhendo todos os credos, culturas e religiões. Todas as atividades são financiadas por doações.