Mesa de abertura do simpósio sobre migrações

Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI) esteve presente no simpósio “Refugiados e Migrantes em Roraima: como acolher e integrar?”, que foi promovido pela Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU).

O evento faz parte do projeto “Atuação em rede: capacitação dos atores envolvidos no acolhimento, integração e interiorização de refugiados e migrantes no Brasil” e se realizou no dia 22 de novembro, no auditório do Fórum Advogado Sobral Pinto, em Boa Vista (RR).

Assistente da FFHI diverte criança num abrigo

Na mesa de abertura, Clara, missionária da FFHI e coordenadora operacional dos abrigos gerenciados pela instituição em Roraima, recordou que, quando a Fraternidade chegou a Roraima, encontrou pessoas já atuando e ajudando aos venezuelanos. “Nós nos unimos a essa causa e algumas vezes tivemos que ser protagonistas dessa história enquanto aguardávamos alguma solução, alguma resposta governamental. Permanecemos firmes nesta ajuda e constatamos, ao longo desses dois anos, nesse processo migratório, um relativo amadurecimento na ajuda humanitária. Aos poucos, foram chegando outras ajudas, como a das organizações internacionais como o ACNUR, do qual somos parceiros implementadores dos abrigos, e outras agências da ONU”, disse a missionária.

Ela salientou que “o desafio atual é como integrar esses irmãos de verdade. Um exemplo disso é quando nós nos deparamos no dia a dia com pessoas nos abrigos com um nível profissional alto que se sujeitam a trabalhos muito aquém do que elas são capazes de fazer. Como resolver essa questão?”.

Migrantes indígenas

A FFHI promove o resgate cultural indígena

Durante o simpósio foram realizadas quatro palestras: “Contexto da Política Nacional Migratória e de Refúgio”, “Plano Nacional de Interiorização: balanço, desafios e perspectivas”, “A migração indígena venezuelana” e “Experiências locais na atenção a migrantes e refugiados”.

Clara apresentou um resumo da evolução da assistência da Fraternidade nos abrigos indígenas de Pintolândia, em Boa Vista (RR), e Janokoida, em Pacaraima (RR). “É importante e urgente olhar para essa questão da imigração indígena e como cada organização, cada um dos presentes, pode aportar uma pequena solução, para que, juntando todas, se possa chegar a algo que consiga minimamente organizar a vida desses irmãos”, ressaltou a missionária.

Em complementação ao simpósio, em 23 e 24 de novembro, ocorreram dez oficinas sobre temáticas migratórias destinadas a um público específico e envolvido com atemática migratória. As oficinas se desenvolveram no campus de Direito da Universidade Federal de Roraima. A ideia foi capacitar, discutir e desenvolver competências no que diz respeito à atenção a migrantes e refugiados.

Rede de capacitação

Um público numeroso acompanhou as palestras em Boa Vista

O simpósio foi o quarto organizado pela Rede de Capacitação, instância criada em junho deste ano, focada nas questões que envolvem migrações e refúgio. A rede é formada por instituições públicas, agências da ONU e representantes da sociedade civil, cujo objetivo é dar concretude ao estabelecido na Constituição Federal em relação aos direitos dos refugiados vindos para o Brasil.

Anteriormente realizaram-se eventos similares nas cidades de Belém (PA), Manaus (AM) e São Paulo (SP), onde foram capacitadas aproximadamente 1.100 pessoas. Em Roraima, o número de treinados ficou em torno de 500 pessoas. Para o próximo ano estão previstas essas atividades em outros dez estados brasileiros, quando então a meta esperada será treinar cerca de 5.000 pessoas em todo o país. A ideia é fomentar a discussão em torno do estabelecimento de uma política local de integração para refugiados e migrantes, segundo explicou João Akira Omoto, diretor-geral da ESMPU.

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