Neste início de ano, do dia 6 a 10 de janeiro a Fraternidade – Federação Humanitária Internacional promoveu um “Encontro sobre práticas pedagógicas para missões humanitárias” na Missão Roraima, que desde o ano 2016 atende aos migrantes venezuelanos, dando continuidade à formação dos missionários que atuam na área da educação.

Curso de Pedagogia em Roraima

Estes encontros vêm sendo feitos desde 2019 na cidade de Boa Vista, no intuito de capacitar a equipe de 12 missionários que vêm trabalhando com as crianças e jovens que passam pelos abrigos sob a gestão da Fraternidade Humanitária FFHI.

A capacitação tem como objetivo fazer do ambiente educativo – do ensino e do brincar – um meio de acolhimento e cuidado das crianças venezuelanas em contexto de crise humanitária no Brasil, possibilitando uma sensação de segurança e normalidade para reconstruir suas vidas.

Curso de Pedagogia em Roraima

Isso traz um grande desafio, pois é preciso revitalizar permanentemente o ambiente físico disponível, buscando a harmonia para construir a resiliência nas crianças e adolescentes atendidos.

“Este encontro foi baseado em atividades e experiência prática, onde os arte-educadores tiveram a possibilidade de acessar a realidade interna pessoal para entender melhor a situação dos atendidos, através de movimentos rítmicos, cantos, desenho, trabalhos manuais”, explicou Acácia, coordenadora da equipe de formação, refletindo sobe a importância do período da infância, etapa essencial da existência, que necessita de especial proteção e cuidados.

“A capacitação ensinou como estruturar uma aula, contemplando as áreas da criança no sentir, pensar e agir propondo aos arte-educadores ‘serem’ as crianças, despertando o próprio potencial da criatividade, se aproximando dessa forma à essência da criança”, complementou.

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Dra Daniela Boaventura, médica pediatra que fez parte da equipe de formação comentou: “trouxemos um olhar para os arte-educadores na lida com as crianças e os jovens sinalizando os parâmetros de normalidade em cada etapa do desenvolvimento infantil e estimulando o despertar da sensibilidade para perceber as alterações de comportamento, sintomas e sinais da saúde, próprias de uma situação de migração e refúgio que as crianças indígenas e não indígenas provenientes da Venezuela estão vivendo, trazendo nesse olhar a ampliação da proteção das crianças e adolescentes”.

Khatery, também integrante da equipe e com formação na Alemanha em Pedagogia de Emergência – uma das vertentes da antroposofia – participou trazendo a expressão artística como meio de interação, com o propósito da liberação dos traumas que possam ter se instalado nas crianças e adolescentes.

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Este trabalho foi uma parceria entre o Instituto Mahle e a Fraternidade Humanitária FFHI, dentro do projeto “O Bem Comum”, desenvolvido por esta desde 2018 na resposta humanitária à situação venezuelana nos estados de Roraima e Amazonas. O projeto inclui também doações de material escolar, jogos pedagógicos, equipamento e melhoras na infraestrutura para as salas de educação do abrigo indígena Pintolândia.

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Raquel, missionária arte-educadora e coordenadora do projeto “Bem Comum”, que também participou do treinamento, comentou: “esses encontros são muito importantes para a formação pedagógica do grupo, para aplicar na prática, proporcionando o alívio do sofrimento das crianças e adolescentes… É como se tivéssemos retornado à infância e pudéssemos trazer alívio e cura àquela criança que foi ferida. A sensação de leveza, de cura, do respirar mais expansivo, da alegria de ser criança e de sua espontaneidade… de esperança de um mundo melhor… foi relatado pela maioria”.

Com mais esta capacitação, a Fraternidade Humanitária FFHI renova e amplia sua resposta à população migrante venezuelana em território brasileiro.

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