A Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI), junto com o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e outras organizações, apresentarão aos poderes públicos do Estado de Roraima a “Carta de Educação em Emergência em Roraima”. Trata-se de um conjunto de propostas para o melhoramento da educação, tanto de migrantes como dos próprios brasileiros.

As recomendações foram reunidas durante um seminário internacional que a FFHI e UNICEF organizaram na cidade de Boa Vista, capital de Roraima, entre os dias 6 e 8 de novembro passados, como parte da Missão Roraima Humanitária.

A iniciativa tem por objetivo sensibilizar as instâncias pertinentes para que as políticas públicas incorporem mecanismos de inclusão adequados às crianças e adolescentes imigrantes ao sistema forma de educação do Brasil, tomando em conta as Normas Internacionais de Educação em Emergências. Esse processo enfrenta vários desafios como a falta de vagas nas escolas, a diferença do idioma e da cultura, dificuldade que se acentua no caso de menores indígenas.

O documento aspira, igualmente, a contribuir para o fortalecimento de uma rede intercultural de educação em emergência, promovendo o intercâmbio de ações e conhecimentos entre instituições educativas do Estado de Roraima.

Seminário sobre educação em emergência

O texto final baseou-se nas visões e sugestões de seis mesas multidisciplinares que trabalharam durante três dias no seminário internacional “Infância e adolescência: Bem comum. Educação intercultural para a inclusão de crianças e adolescentes imigrantes”.

Os grupos de trabalho foram: a) Território: diálogos socioambientais na fronteira; b) Produção de projetos educativos; c) Normas internacionais de educação em emergência; d) Metodologias de ensino na Educação básica; e) Educação intercultural bilingue (Formação de professores; Teoria e prática da educação intercultural indígena; Elementos do ensino de Português como segunda língua); e f) diálogos juvenis sobre inclusão.

O seminário também incluiu apresentações sobre: educação intercultural e imigração em contexto de emergência, marco jurídico-institucional da educação no Brasil, experiências de educação nos abrigos, experiências de educação formal com migrantes em Boa Vista.

Visita aos abrigos de venezuelanos

Visita ao abrigo Nova Canaã

Os participantes visitaram, também, vários abrigos de imigrantes para conhecer in loco projetos de educação e proteção de crianças e adolescentes venezuelanos. Estiveram em Pintolândia (abrigo indígena), Nova Canaã, Rondon 1 e São Vicente.

Participaram docentes de escolas municipais e estatais de Boa Vista e Pacaraima, assim como educadores dos projetos de educação desenvolvidos nos abrigos de venezuelanos dessas duas cidades. Havia, também, representantes do Ministério Público, das universidades de Roraima, da Faculdade de Educação Intercultural de Santa Elena (Venezuela) e das instituições construtoras do evento: FFHI, UNICEF, Secretaria Estadual de Educação, CEFORR (Centro Estatal de Formação de Professores de Roraima) e a organização evangélica Visão Mundial.

Projeto educativo experimental

Estima-se que cerca de 7000 crianças e adolescentes venezuelanos vivem hoje em Boa Vista e Pacaraima, dos quais, uns 1600 se encontram em abrigos governamentais e o restante em casas alugadas ou diretamente nas ruas, em situação de alta vulnerabilidade

Com a intenção de aliviar a falta de oferta de educação formal para os migrantes venezuelanos, a Fraternidade – Federação Humanitária Internacional coordena, com o apoio do UNICEF e outras organizações, um projeto educativo experimental para indígenas e não indígenas denominado “O Bem Comum”. A iniciativa trabalha dois pilares: a educação e a proteção dos direitos das crianças e adolescentes. É desenvolvido em dez abrigos de Boa Vista e Pacaraima.

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