Ouçamos o que nosso instrutor Trigueirinho tem a nos dizer a respeito do medo.

A mídia mundial explora este tema hoje tão premente da Imunidade pelos seus aspectos mais ameaçadores e alarmantes, carregando suas manchetes com ameaças constantes de grandes epidemias; surgimento de enfermidades desconhecidas e ameaçadoras, em parte devido à crescente resistência microbiana aos medicamentos já conhecidos; ameaças de guerras químicas, biológicas, psíquicas, sonoras, cibernéticas; a publicidade e a manipulação subliminar da consciência coletiva; o tema polêmico das vacinas; a contaminação incontrolável dos solos, das águas, do ar, dos alimentos, etc. E, apesar dos grandes avanços da medicina, certos aspectos sutis dessa condição, porém, permanecem ainda não corretamente valorizados pela ciência, que se ocupa apenas de seus aspectos e manifestações materiais.

Este novo ciclo de estudos a respeito da Imunidade começa com um relato insólito e intrigante, retirado da Agenda de uma discípula e colaboradora direta de Sri Aurobindo, conhecida como A Mãe*, ambos Iniciados que desbravaram os caminhos internos para a manifestação de uma Nova Consciência e de uma Nova Era para este planeta e esta humanidade. Ele será transcrito na íntegra para manter sua energia original, porém, dividido em duas partes, devido a seu tamanho.

* Do livro: The Mother: Questions and Answers-1953; p. 179 and ss. (ainda não traduzido em português).

Eu vi, e aprendi…
(uma história real)

Eu estava no Japão, no início de janeiro de 1919, época em que uma terrível gripe grassava por todo o país, e que já havia matado centenas de milhares de pessoas. Era uma epidemia como raramente se tem visto. Em Tóquio havia centenas de novos casos, todos os dias.

A doença parecia transcorrer da seguinte forma: ela durava três dias, e no terceiro dia o paciente morria. As pessoas morriam em tal proporção que não se conseguia cremá-las todas, era impossível, era muita gente. De outra forma, se um doente não morria no terceiro dia, ao final de sete dias ele estava totalmente curado; um pouco cansado, mas todos, por igual, completamente curados. Havia um pânico na cidade, porque as epidemias são muito raras no Japão. As pessoas são muito limpas, muito cuidadosas, de uma moral muito fina. As doenças são muito raras. Mas mesmo assim, esta veio, como uma catástrofe. Havia um medo terrível. As pessoas eram vistas andando pelas ruas com máscaras no nariz, para purificar o ar que se respirava, para que ele fosse mais liberado dos germes da doença. Era um medo coletivo…

Aconteceu então de eu estar morando com alguém que não parava de me importunar: “O que é esta doença? O que está por detrás dela?” O que eu fazia era simplesmente envolver-me com minha força, com minha proteção, para não pegar a gripe; não pensava mais nela e continuava a fazer meu trabalho. Nada aconteceu e eu não pensava mais nela, mas constantemente eu ouvia: “O que é isto?” Oh, eu gostaria de saber o que está por detrás desta doença. “Mas, você não poderia dizer-me o que é esta doença, por que ela está aqui?” Etc.

Um dia eu fui chamada ao outro extremo da cidade por uma jovem mulher que eu conhecia, que queria me apresentar a alguns amigos e mostrar-me certas coisas. Não me lembro agora exatamente qual era o assunto, mas, de toda forma, tinha que atravessar toda a cidade de bonde. E nele via as pessoas com as máscaras e havia na atmosfera esse medo constante, e aí me veio a sugestão; e eu comecei a me perguntar: “Realmente, o que é essa doença? O que está por detrás dela? Que forças atuam nela?”

Cheguei à casa da conhecida, fiquei lá uma hora e voltei. E voltei com uma febre terrível. Eu tinha pegado a doença. Ela chegava a você assim, sem anunciar, repentinamente. As doenças, geralmente as infecciosas, se alojam alguns dias no organismo: elas chegam, há uma pequena batalha no corpo, você ganha ou perde; se perder, você pega a doença, não é complicado. Nesta doença, porém, você acaba de receber uma carta, abre o envelope, e aí, pronto, a coisa acontece! No momento seguinte, você já está com febre. Bem, nesta noite, eu já estava com uma terrível febre.

Chamaram-me o médico (não fui eu quem o chamou) e ele logo me diz: “É muito necessário tomar este medicamento.” Era um dos melhores medicamentos para a febre e ele ainda tinha alguns (todo seu estoque já havia terminado, pois todo mundo o estava tomando). Ele disse: “Tenho ainda algumas caixas e lhe darei um pouco”. “Por favor, não me dê, pois não vou tomá-lo. Guarde-o para quem acredite nele e vá tomá-lo.” Ele retrucou perplexo: “Não valeu a pena vir aqui”. E eu respondi: “Talvez não tenha valido mesmo a pena!” E permaneci na cama com minha febre, uma violenta febre. E todo o tempo eu me perguntava: “O que é essa doença? O que está por detrás dela?…”

Ao final do segundo dia, quando eu estava no leito completamente só, vi claramente um ser, com uma parte da cabeça decepada, em uniforme militar (ou restos de uniforme militar), aproximando de mim; de repente, ele se precipitou sobre meu peito, com essa meia-cabeça, para sugar minha energia. Tomei consciência e então percebi que eu estava por morrer. Ele estava sugando toda a energia vital (esclareço aqui que normalmente as pessoas morriam de pneumonia em três dias!). Eu me encontrava completamente pregada no leito, imóvel, em um transe profundo. Não podia me mover mais, e ele sugava. Eu pensei: agora é o fim. Então apelei para meu poder oculto, travei uma grande batalha, e consegui repeli-lo de tal forma que ele não pôde permanecer ali por mais tempo. E acordei. […]

Faremos aqui uma pausa e finalizaremos este relato na próxima semana. Um ponto já bem destacado pela Mãe, e que é de suma importância para se compreender mais profundamente o tema da Imunidade, é a presença marcante do medo, energia deletéria e paralisante, hoje astutamente muito explorada por certas facções do mal, para fins escusos, como ainda veremos.

Esta gripe referida pela Mãe ficou mundialmente conhecida como a Gripe Espanhola, a maior pandemia relatada na história humana, de inusitada virulência e mortalidade, a mais devastadora, ceifando a vida de 50 a 100 milhões de seres humanos, e que grassou por quase todo o Planeta, no período da Primeira Guerra Mundial (1918-1920).

Uma singela oração, muito eficaz e dirigida ao nosso Anjo da Guarda, pode ser de grande ajuda para aqueles que se valem dessas realidades sutis e poderosas, que nos protegem, iluminam e nos guiam. Podemos usá-la a qualquer hora do dia e da noite, por exemplo, ao sair de casa de manhã, antes de adormecer, logo ao despertar; diante de qualquer situação difícil, e em tantas outras oportunidades. É uma oração vigorosa e afirmativa:

Anjo Guardião, que permeia meu ser,
guia-me de noite, guia-me de dia.

Protege-me de mim mesmo,
e das forças obscuras, que tentam me iludir.

De Luz és,
no Amor caminhas,
pelo Poder de Deus atuas,
preenche de Paz meu coração.

Que assim seja, Amém!

O tema da Imunidade prosseguirá.

Áudio Irdin: Conversas com Trigueirinho n.402 – 0’05 min até 2’20 min
Áudio Completo em: www.irdin.org.br/acervo/detalhes/