Celebrado mundialmente no dia 20 de junho, o Dia do Refugiado rendeu uma semana intensa de atividades nos abrigos sob gestão da Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI), em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), os quais recebem venezuelanos no Brasil.

Foram realizadas atividades lúdicas, artísticas e esportivas nos cinco abrigos geridos pela instituição em Roraima e no Amazonas, que incluíram danças típicas dos povos indígenas Warao e E’ñepa, oficinas de mandalas, exibição de vídeos, atividades e jogos esportivos, pinturas em muros e contação de histórias.

Em todos os abrigos, crianças e jovens realizaram desenhos em comemoração ao tema da Semana do Refugiado: “Meu futuro no Brasil”.

DIA DO REFUGIADO MISSÃO RORAIMA

Missionárias realizaram impressões de fotos em comemoração à data. Foram 309 fotos produzidas e entregues às famílias refugiadas. “O processo de impressão ganha vida e as imagens de famílias venezuelanas vão surgindo. Este presente da Fraternidade – Humanitária (FFHI) é uma arte que chegará aos corações e poderá atravessar gerações”, disse Fátima Cavalcante, coordenadora do projeto de arte-educação.

No abrigo indígena Pintolândia, voluntárias organizaram encontro com as artesãs indígenas que apresentaram suas artes, dançaram com alegria e celebraram a vida. No encontro, também foi dada continuidade ao projeto de pintura artística nas paredes externas do banheiro, com a preparação da parede para receber o painel nos próximos dias, atividade acompanhada pelas crianças.

As crianças ajudaram a limpar e organizar o espaço de arte-educação do abrigo e também se divertiram com a colheita e distribuição de bananas na horta agroflorestal.

Foram realizadas atividades de desenhos com as crianças, que eram retratadas com suas respectivas pinturas. “Amaram ser fotografadas com os desenhos e assistir o pequeno vídeo que lhes registrava brincando de correr”, relataram as missionárias.

As crianças indígenas também participaram da construção de mandalas e brincaram de roda com os missionários.

No dia 14 de junho, foi lançado o documentário Nona Anomano, que retrata a história da etnia Warao e de sua trajetória de migração forçada da Venezuela até o Brasil, mostrando o trabalho de artesanato realizado por mulheres Warao do abrigo.

No abrigo indígena Janokoida, as crianças se reuniram para pintar uma árvore em uma parede, com orientação de artistas que também vivem no abrigo.

No abrigo Tancredo Neves e no abrigo Nova Canaã, dois dias da semana foram destinados ao Encontro de Contos, com a apresentação do conto “Um mundo melhor”. Crianças e jovens aderiram à programação e algumas mulheres do ateliê de costura apoiaram na confecção de trajes para apresentação.

Na ocasião também houve distribuição de fotografias das famílias.

No Nova Canaã, o artista plástico refugiado Eddie deu início à pintura de um quadro retratando a vida e o cotidiano no abrigo.

No Tancredo Neves, o refugiado Juan Bautista prestou sua homenagem e fez pinturas. Neste abrigo também registrou-se a história de amor entre um cão e o refugiado venezuelano José Rafael. Esta história está mudando o rumo e o destino de suas vidas.

Encontrada adoecida, na rua, a cadela foi resgatada pelo venezuelano que trabalhou para comprar comidas e medicamentos e, de tanto insistir, conseguiu a castração da cadela pela doação de uma veterinária.

No Alojamento de Trânsito de Manaus, crianças pintaram uma parede inspiradas pelo tema da semana e auxiliadas por um artista plástico local. Também foram impressas e cortadas mandalas para colorir, atividade que ajuda na concentração e alivia o estresse. Elas também deixaram suas marcas com a pintura de suas mãos no mural.