Notícias do dia 8 ao 14 de março

Uma delegação de funcionários do governo federal desenvolveu no estado de Roraima, norte do Brasil, um programa de três dias, de quarta-feira, dia 8, a sexta, dia 10, para informar-se da situação dos refugiados venezuelanos, tanto indígenas quanto não indígenas.

Essa delegação manteve reuniões com diversas instâncias públicas e conversou com os refugiados que se encontram no Centro de Referência ao Imigrante (CRI), assim como com os missionários da Fraternidade – Federação Humanitária Internacional. Também foi até Pacaraima, na fronteira com a Venezuela.

O grupo, de aproximadamente 40 pessoas, estava composto de representantes da Casa Civil da Presidência da República, Ministério Público, FUNAI (Fundação Nacional do Índio), ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), entre outros. Conversou com a governadora, com o gabinete da Secretaria de Defesa Civil e com funcionários da Prefeitura Municipal.

Audiência Pública

Apresentação da Missão Roraima Humanitária

A presença da  comissão,  vinda de Brasília, culminou na sexta-feira, com a audiência pública que se deu no auditório da Universidade Federal de Roraima, a pedido do Ministério Público do Brasil. Organizada em quatro mesas especializadas, escutou os testemunhos dos refugiados, que expuseram problemas de adaptação e de xenofobia que estão enfrentando. A segunda mesa analisou a estrutura de albergue para os imigrantes venezuelanos e a situação de seus direitos de assistência social e inserção laboral. Dessa mesa participou a Fraternidade, que apresentou o trabalho que realiza junto aos refugiados no CRI.

Funcionários de Brasília no CRI

A mesa três tratou dos direitos específicos dos povos indígenas. Escutou testemunhos de numerosos Indígenas Warao. A FUNAI anunciou que iniciará a documentação dos indígenas no CRI, o que lhes dará acesso a serviços de saúde e educação gratuitas. O Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário se comprometeu a iniciar os trâmites para liberar ajuda alimentícia para os Warao.

A quarta mesa, sobre “Igualdade no acesso à saúde e educação, direitos das mulheres e crianças venezuelanas”, escutou as dificuldades de comunicação que os venezuelanos enfrentam nas unidades de saúde.

“Percebemos que vai aumentando o interesse dos órgãos públicos pela causa dos refugiados da Venezuela e que se pode alcançar outro ponto na ajuda oferecida a eles”, comentou posteriormente a missionária Clara.

Assembleia Indígena

Warao se apresenta na assembleia indígena

No sábado, dia 11, representantes Warao e da Fraternidade participaram da 46ª Assembleia Anual dos Povos Indígenas de Roraima, que se realizou na reserva indígena “Raposa Serra do Sol”. Cerca de 2.000 indígenas de todas as etnias do estado participaram. A assembleia aceitou que os Warao participassem de todo o evento, que se estendeu até a segunda-feira, dia 13.

Nesse dia, um funcionário da FUNAI começou a inscrição de Waraos, no CRI, para a providência do documento de identidade denominado RANI (Registro Administrativo de Nascimento Indígena).

Um representante da Igreja Adventista do Sétimo Dia chegou ao CRI para informar que uma delegação dessa organização estará lá no próximo sábado para prestar serviços.

Visita à abrigo evangélico

Na terça, dia 14, uma representante da ACNUR entrevistou os refugiados no CRI. Prossegue a documentação de indígenas por parte da FUNAI. Dois casos de saúde de indígena foram atendidos em uma policlínica.

Por oferta da Igreja evangélica Quadrangular, dez refugiados venezuelanos que se encontravam no CRI  foram a um albergue que ela administra. Os missionários da Fraternidade acompanharam e levaram doações de alimentos, roupas e colchões para esse abrigo.