Cuidadoso empenho e muita criatividade estão sendo necessários para todo corpo docente da Escola Parque Tibetano enfrentar os desafios relacionados com a continuidade do ensino neste período de pandemia.

Buscando inspiração em elementos da pedagogia Waldorf, nos ensinamentos de A Mãe (Mira Alfassa), continuadora do trabalho de Sri Aurobindo, nas instruções de Alice Bailey, e firmada nos atributos da Comunidade-Luz Figueira, a Escola Parque Tibetano, integrante da Fraternidade Federação Humanitária Internacional (FFHI), segue uma linha de trabalho cujo contato interpessoal entre professores e crianças é alicerçador. “Pedagogicamente, o contato com a criança olho a olho é fundamental para nortear o trabalho a ser desenvolvido”, explica a diretora Luciana Guimarães.

Ensino Escolar em Tempos de Pandemia

Embora, neste momento de isolamento social, o mais prático seja apenas utilizar a tecnologia como aliada, a escola escolheu não fazer uso indiscriminado de aulas on-line, conforme esclarece a diretora: “a escola prefere não estimular as crianças e os jovens ao uso prolongado do celular ou computador, por isso tem incentivado os professores a serem criativos e cuidadosos no planejamento das atividades, estimulando as potencialidades educativas do próprio contexto em que as crianças e jovens vivem”.

Entre essas atividades alternativas, destacam-se: o envio de materiais impressos, como roteiros de estudos, empréstimos de livros para leitura e pesquisa, troca de cartas manuscritas entre alunos e professores, tarefas feitas em cadernos, e, em alguns momentos, a utilização de ligações telefônicas para envio de histórias e roteiros de atividades. Os recursos tecnológicos estão presentes em alguns encontros por videoconferência ou em troca de mensagens por aplicativos.

Lembrando que aula de modo remoto não é sinônimo de aula on-line, Luciana ressalta que “o foco tem sido, especialmente, a manutenção do vínculo e parceria existente entre família, estudantes e escola”.

Superando desafios

No início, existiram algumas dificuldades para se estabelecer um novo ritmo entre a escola, as famílias e os órgãos competentes, quanto à dinâmica e prazos do estudo remoto. A ideia da gestão da escola foi distribuir um questionário às famílias, para compreender suas necessidades, o que serviu de base para colocar todas as estratégias em ação. Segundo a coordenadora Joana Liu, “o retorno [que foi dado] a essas perguntas foi dando a margem para que o rio tomasse forma novamente e voltasse a fluir numa mesma direção”.

Ensino Escolar em Tempos de Pandemia

Para a coordenadora pedagógica da escola, Irmã Inmaculada, essa nova realidade vivenciada por todos trouxe, inicialmente, a reflexão sobre a “importância do núcleo familiar como corpo educador”. E, em seguida, as reflexões foram se ampliando: “Parece que de alguma forma nos voltamos novamente àquilo que é essencial. Parece que trouxe uma força interior para lidar com o inesperado, o inusitado, e pôr para funcionar mais a nossa criatividade e ânimos; para lidar [com isto] em unidade, como corpo de gestão, pedagógico e familiar, dando as mãos tanto para sustentar o propósito desta escola, quanto para superar os desafios e também as dificuldades próprias desta situação de confinamento”.

Desafios enfrentados e adversidades iniciais superadas, o que num primeiro momento parecia impossível foi se atenuando com a união construída entre a escola e as famílias. “Aos poucos, a equipe escolar e as famílias foram criando um novo ritmo junto às crianças e se abrindo para o novo formato remoto”, relata Joana. Otimista, complementa: “[Nós] nos sentimos mais preparados, fortes, confiantes e criativos para prosseguir e enfrentar os desafios que se apresentarem, na certeza de que sempre há novos caminhos para descobrir e muitos aprendizados”.

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