Alunos, pais e educadores da Escola Parque Tibetano da Comunidade-Luz Figueira, filiada da Fraternidade Federação Humanitária Internacional – FFHI foram convidados pelo Instituto Monitoramento Mirim Costeiro (MMC), para participarem de uma grande expedição científica nas praias de Garopaba, no litoral sul catarinense.
As crianças, com idades entre nove e doze anos, foram levadas para as praias do Rosa e da Ferrugem e tiveram a oportunidade de conhecer de perto o ecossistema marinho-costeiro. A excursão foi entre os dias 8 e 13 de outubro, período que coincide com a temporada das Baleias Franca na região.
Para o aluno Aramis Valentin Miranda, de 10 anos e aluno da 5ª série do ensino fundamental, a emoção foi em dose dupla. Além de ver uma baleia de perto pela primeira vez, esse foi o primeiro contato que o menino teve com o mar.
“É a primeira vez que eu vi o mar, foi muito legal. O que mais me chamou a atenção foi a quantidade de água e as ondas, né? A força das ondas e o barulho. Nunca tinha visto uma baleia. Essas daí eram bem grandes. E vimos elas bem perto, estavam bem na costa, bem na praia”, relata o garoto.
A jovem Aurora Mager, de 12 anos, também ficou impressionada ao avistar as baleias. Aluna da 7ª série, ela relata que a observação foi uma verdadeira aula ao ar livre.
“Senti muita gratidão, felicidade. Aprendi que elas vêm para a costa do Brasil nessa época, porque a água é mais quente. Elas ficam um ano amamentando os filhotes e depois voltam para a Antártida. Ficam aqui também para protegerem os filhotes para que eles não sejam caçados pelas Orcas. O que mais me chamou atenção foi quando elas ficavam de barriga para cima mostrando as nadadeiras. Aprendi que não podemos ir de barco perto delas, pois as baleias escutam a mais de 100 km de distância. A audição delas é muito boa para que possam se comunicar debaixo d’água”, conta Aurora.
Segundo a oceanógrafa Caroline Schio, presidente do MMC, experiências como essa auxiliam no processo de aprendizagem dos alunos.
“Fica na memória e no sentimento das crianças para o resto da vida. É um dos objetivos do nosso trabalho de educação e formação de cidadãos mais conscientes no futuro. Através de nossas ações plantamos uma sementinha nestas crianças para que futuramente possam germinar e se multiplicar como novos agentes de transformação da nossa sociedade. Nosso sonho é replicar o projeto ao longo de toda costa brasileira. Muitas crianças aprendendo a serem guardiãs dos mares e desenvolver assim uma rede de guardiões mirins dos oceanos”, ressalta Caroline.
Ampliar conhecimentos fora da sala de aula torna o ensino mais claro e verdadeiro, segundo Diego Mager, pai de uma aluna e residente da Comunidade-Luz Figueira.
“A excursão foi muito rica, muito viva. Buscamos ser uma escola viva em que não se ensina e aprende só na teoria ou vendo e ouvindo falar nas coisas, mas também vivenciando e tendo experiências. É isso que caracteriza uma escola viva e para os alunos foi muito expansivo”, comenta Diego.
Além das aulas ao ar livre, os alunos tiveram experiências com aulas de surf, capoeira, ginástica natural e passeios pelo minimuseu do MMC. As crianças também tiveram a oportunidade de conhecer e praticar sandboard nas dunas do Siriú.
O Instituto Monitoramento Mirim Costeiro (MMC) desenvolve desde 2012 um projeto pioneiro de Educação Socioambiental no município de Garopaba (SC). O objetivo do programa é formar “Guardiões dos Oceanos”. Crianças se tornam pesquisadoras e monitoras mirins do litoral onde vivem, conhecendo sobre as características desse ecossistema, sobre a cultura local e as atividades socioeconômicas exercidas em sua comunidade. A grande missão é proporcionar às crianças experiências significativas de aprendizagem que as conectem com o ambiente marinho-costeiro onde vivem, contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes, responsáveis, críticos e proativos.
Para saber mais sobre esse o projeto acesse: https://www.monitoramentomirimcosteiro.com.br