Núcleo-Luz Sagrados Reinos, no Distrito Federal, apresenta maravilhosa diversidade de árvores frutíferas, ervas e plantas medicinais

No Núcleo-Luz Sagrados Reinos (NLSR) – abençoado pedaço de terra no coração do Planalto Central –, o Reino Vegetal se expressa com grande vigor e rara beleza, proporcionando verdadeiras dádivas da Mãe Natureza, em exaltação ao Criador e à vida.

Alguns desses tesouros se manifestam na diversidade dos espécimes vegetais ali presentes, seja na forma de frutos e árvores frutíferas, seja na forma de ervas e plantas medicinais, com utilizações que vão da nutrição à terapêutica, passando pela cosmética e até mesmo pela construção civil. Confira!

Frutos e árvores frutíferas

Cagaita

A cagaita (Eugenia dysenterica DC) pertence à família Myrtaceae e é um fruto típico do cerrado brasileiro. É pequena e tem casca amarelo-esverdeada, polpa suculenta e textura macia, que lhe garantem um agradável sabor ácido. Entretanto, a cagaita deve ser consumida com cuidado: por um lado, o fruto, quando muito maduro ou aquecido pelo sol, além de consumido em grande quantidade, tem um forte efeito laxativo; já as folhas da cagaiteira têm efeito constipador.

A cagaiteira é árvore de porte médio, podendo atingir até 10 metros de altura. É melífera, e sua madeira é utilizada na construção civil. Na época da floração (agosto/setembro), a cagaiteira emite flores brancas em abundância, sempre muito perfumadas. A frutificação ocorre nos meses de setembro e outubro.

O fruto é rico em vitaminas do complexo B e em vitamina C, além de glicídios e proteínas. Tem propriedades medicinais e produz um suco bastante saboroso. A cagaita é utilizada na fabricação de produtos beneficiados, como picolés e sorvetes. A polpa, com ou sem a casca, tem baixo teor calórico, a despeito do alto valor energético.

Buriti

O buriti é o fruto do buritizeiro (Mauritia flexuosa), palmeira chamada, pelos povos indígenas, de “árvore da vida”, em razão de suas múltiplas utilidades. De origem amazônica, a árvore pode ser facilmente encontrada no cerrado brasileiro, principalmente nas Regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, chegando a alcançar até 30 metros de altura.

O buriti, também conhecido como muriti, muritim, miriti, buritia e palmeira-dos-brejos, entre outros nomes, floresce em praticamente todos os meses do ano, mas principalmente de abril a agosto. A produção de frutos é intensa: em média, cinco a sete cachos por ano, cada um desses com 400 a 500 frutos.

O buriti é reconhecido principalmente por sua casca dura, de cor castanho-avermelhada e aspecto bastante peculiar, que funciona como proteção contra roedores. Seu consumo pode ser feito in natura, mas também é possível encontrá-lo em doces, picolés, sucos, vinhos, licores e tantos outros diferentes preparos.

Vários atributos fazem do buriti um fruto especial. Constitui uma das principais fontes naturais de betacaroteno, substância que se converte em pró-vitamina A e age como antioxidante, ajudando a combater o envelhecimento precoce das células. Beneficia a saúde dos olhos, prevenindo doenças como a degeneração macular e a catarata.

O consumo de buriti também garante a ingestão direta de potássio, regula os níveis de açúcar no sangue e evita picos na produção de insulina. O buriti ainda oferece boas doses de vitamina C – fundamentais para o sistema imunológico – e propriedades anti-inflamatórias.

Além disso, a alta concentração de ácidos graxos presentes no fruto ajuda a proteger o colágeno da pele, melhorando sua elasticidade. O óleo de buriti protege contra os raios ultravioleta e possui propriedades hidratantes.

Mas do buritizeiro tudo se aproveita, e as utilidades da planta vão além da culinária, da medicina e da cosmética. A palmeira é importante fonte de alimento para animais, abrigo para outras plantas e matéria-prima para o artesanato e a decoração, sendo utilizada até na cobertura de casas.

Ervas e plantas medicinais

Desde os primeiros anos de sua existência, a Comunidade-Luz Figueira, impulsionada pela presença de um médico pesquisador de extrema sensibilidade – o Dr. José Maria Campos (Clemente), que mais tarde foi ordenado monge da Ordem Graça Misericórdia (OGM), como frei Ameino –, foi palco para o resgate de antigas técnicas e o desenvolvimento de múltiplos procedimentos terapêuticos baseados no uso de ervas e plantas medicinais.

A rica experiência acumulada nesse período na Comunidade-Luz Figueira – filiada à Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI) – influenciou diversos grupos, que, mediante a prática dos ensinamentos ali recebidos, foram assumindo tarefas relacionadas à cura dos residentes e demais frequentadores da Comunidade-Luz.

É o caso de Irmã Maria Elizabeth, monja do Monastério Madre Del Sol, em Planaltina (DF) – atualmente encarregada do cuidado com as plantas e ervas medicinais existentes no Núcleo-Luz de Figueira em Brasília Sagrados Reinos. Após anos de trabalho com frei Ameino na Comunidade-Luz Figueira, a irmã desenvolveu sólidos conhecimentos acerca do preparo e da utilização de fitoterápicos, permitindo-lhe identificar, na chácara que abriga o Núcleo-Luz, inúmeras plantas nativas até então desconhecidas e despercebidas por seus frequentadores, transformando o lugar numa genuína farmácia a céu aberto.

Vejamos, a seguir, alguns desses espécimes.

A erva, cuja denominação engloba vários outros tipos de plantas, cada uma com suas características e seus benefícios, no Brasil também é conhecida como losna. É tradicionalmente utilizada por mulheres para tratar problemas do aparelho urogenital, como infecção urinária, além de servir para acalmar a ansiedade.

Muitas outras indicações são conhecidas popularmente, mas, cientificamente, estão comprovados os seguintes benefícios: ajuda a proteger o fígado; exerce ação antifúngica e antibacteriana; por fim, exerce, também, ação antioxidante, contribuindo para a proteção do cérebro e a prevenção de acidente vascular cerebral (AVC).

Caruru

É nativa da América tropical. A planta é utilizada como alimento humano em toda a América Central desde os tempos da colonização europeia. Possui grande capacidade reprodutiva. O caruru é utilizado em vários pratos da culinária diária. Preparadas como o espinafre, suas folhas recebem uma leve fervura, são retiradas da água e, em seguida, podem ser consumidas. Tem propriedades terapêuticas diuréticas, béquicas (para tosse) e laxantes.

Beldroega

É uma planta comestível, podendo ser quase integralmente consumida (tanto os talos quanto as folhas), com exceção das raízes, que são amargas e duras. As folhas podem ser consumidas cruas ou cozidas. A folha é riquíssima em proteína. O consumo das folhas proporciona 25% da proteína de que o nosso corpo precisa. Não se devem comer as folhas murchas, somente as tenras e verdes.

A planta é nativa do Brasil, cresce espontaneamente em todo o país, em jardins, hortas, pomares, terrenos cultivados e abandonados. Sua extrema resistência permite-lhe sobreviver até nas secas mais prolongadas.

É utilizada em queimaduras, úlceras, feridas, com aplicação tópica sob a forma de emplastros. Alivia as dores das queimaduras e promove a cicatrização das feridas. As sementes são indicadas para a afecção das vias urinárias e para o tratamento da verminose. É um poderoso vermífugo. Produz serotonina, hormônio do bem-estar. Se a pessoa usa antidepressivo, a planta dá suporte à produção da serotonina.

Guaco

É um cipó-trepadeira de folhas verdes bem escuras, pode ser encontrado em quase todo o país. É muito utilizado nas afecções do aparelho respiratório, indicado para combater gripe, tosses rebeldes, bronquite, rouquidão, coqueluche etc. Tem muitas denominações: uaco, erva-de-cobra, coração-de-jesus, guaco-trepador, erva-de-serpente.

Além do tratamento das vias respiratórias, possui outras propriedades terapêuticas: antiofídica, antirreumática, febrífuga, béquica, diurética, expectorante, emoliente (amolece os tecidos duros, aliviando as dores). Para o estado gripal, é utilizado sob a forma de xarope, devendo ser tomado em colheradas várias vezes ao dia. Propriedades terapêuticas: tônica, vermífuga, hepática, estomáquica, eupéptica, aperiente (estimula o apetite), amarga, emenagoga.

Mentrasto

É também conhecido por nomes como erva-de-santa-lúcia, erva-de-são-josé ou picão-roxo. É encontrado em todo o país, nas regiões tropicais e sub-tropicais. Sua reprodução se dá por meio de sementes e utiliza-se a planta toda, florida. Propriedades terapêuticas: tônica, aromática, carminativa, antiespasmódica, antirreumática, febrífuga, aperiente.

O mentrasto, segundo o frei Ameino, exerce uma potente ação geral depurativa e tônica, estimulando os processos orgânicos e a eliminação de toxinas. Age nos intestinos e também no sistema nervoso central.

Urucum

Nativo da América Central, ele é bastante cultivado em todos os estados brasileiros, bem como em outros países. Tem propriedades terapêuticas expectorantes, cardíacas, depurativas, estomáquicas, febrífugas, laxantes e vulnerárias. É indicado para afecções cardíacas, estomacais e das vias respiratórias, bem como para hemorragias.

Ao entrar em contato com sementes de urucum, o frei Ameino, em seu livro “Receituário de Medicamentos Sutis”, registrou as seguintes percepções: “O urucum é, no Reino Vegetal, pura expressão da essência do elemento ferro, que é o núcleo que aglutina a vida dentro do sangue, mantendo-a ali coesa e integrada. Essa identidade entre sangue e urucum manifesta-se até externamente, na cor rubra e brilhante que ambos apresentam”.

O que você achou de conhecer um pouco mais sobre os espécimes vegetais encontrados no Núcleo-Luz de Figueira em Brasília Sagrados Reinos? Pois ainda há muito mais a conhecer. Aguarde-nos!